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OPINIÃO: O que podemos tirar do Caso Daniel


Quais lições estão explícitas no Caso Daniel, sem adentrar na investigação propriamente dita, porque dela somente poderá falar com propriedade o delegado de polícia e sua equipe que atuaram no caso? Mas o que se pode tirar em uma análise perfunctória do caso? Daniel Corrêa, jogador de futebol, foi vítima de um crime brutal no dia 27 de outubro deste ano, na casa dos Brittes. Edson Brittes Júnior, Juninho Riqueza, em São José dos Pinhais, confessou o crime. Com ele estão presas mais seis pessoas, dentre elas sua mulher Cristiana, e a filha Alana, de 18 anos. Estas duas últimas indiciadas por fraude processual e coação no curso do processo pela autoridade policial, mas o promotor do caso denunciou Cristiana também por homicídio.

Os outros envolvidos, um por lesão grave e os demais por homicídio. Enfim, Daniel foi torturado, mutilado e quase degolado diante da fúria sem precedentes de Edison Brittes, ajudado por outros jovens que estavam na casa. A justificativa para o crime cruel foi de que sua mulher estaria sendo vítima de estupro tentado, o que nenhuma das testemunhas confirmou. Mas o que realmente aconteceu foi que Daniel foi encontrado na cama, ao lado de Cristiana Brittes, aí, ele adjudicou ao selvagem Juninho Riqueza a autorização para agredi-lo, torturá-lo, juntamente com os outros. Edson Brittes é autor confesso. Testemunhas falaram que quando ele viu as mensagens no celular do jogador, enviadas a um grupo de WhatsApp, deitado ao lado de Cristiana, insinuando que havia mantido relação sexual com ela, assinou sua sentença de morte. A pergunta é, o que faz um homem ter que mandar fotografias ao lado de uma mulher dormindo para provar sua "virilidade', desmoralizando a mulher que estava deitada ao lado dele? Prova que estava "pegando" a coroa, como ele mesmo falou?

Dessa forma, por uma imaturidade, por querer mostrar que era "homem" (olha nossa cultura machista), que estava na cama com mais uma "conquista", assinou sua sentença de morte, já que não contava que estava mexendo com a mulher de um psicopata. Pode-se analisar, ainda, o sentimento de histeria coletiva, de monstruosidade, quando adolescentes, sem antecedentes policiais, participam de um crime com tamanha hediondez, mesmo que não quisessem participar da morte do jogador, mas da surra e da tortura, participaram. É a banalização da violência, é o desprezo pela vida humana, por qualquer valor e isso foi em nome de que, da família, dos bons costumes? Não foi em nome do desprezo pelo ser humano, da violência, da bestialidade que alguns humanos carregam dentro de si. Esses são os que aplaudem linchamentos, morte de bandido, etc, tudo em nome da amoralidade. Foi um "pegador" que decidiu mostrar aos demais homens sua "macheza e virilidade" e outro "macho", também tocado em sua "macheza", porque viu outro deitado na cama com a mulher "dele".

Enfim, fatos como esses, que beiram a era medieval, me fazem pensar que a apologia ao crime, a justiça com as próprias mãos, é um pensamento fatal, nascido e destinado ao fracasso de valores e respeito aos direitos humanos e que, infelizmente, todos os dias, é idolatrado por tantos brasileiros. Triste fim, o nosso, fadado ao "olho por olho,

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